Projeto “Arte nas Águas de Minas” levará arte urbana a seis cidades do interior

Iniciativa prevê a criação de 18 obras em reservatórios da Copasa, assinadas por seis artistas nacionais e 12 artistas locais selecionados por editais; projeto foi lançado nessa segunda-feira, 23/9, mesma data da abertura do edital da primeira cidade, Divinópolis, que recebe como convidada a renomada dupla goiana Bicicleta Sem Freio

O Ministério da Cultura, a Copasa e a APPA – Cultura & Patrimônio lançaram oficialmente nessa segunda-feira, 23/9, o projeto “Arte nas Águas de Minas”, que vai levar arte urbana a seis cidades do interior do Estado. A solenidade aconteceu no auditório na sede da Copasa, em Belo Horizonte, e contou com representantes da Companhia, da APPA e do Governo de Minas, além de convidados.

Entre outubro deste ano e março de 2025, “Arte nas Águas de Minas” vai produzir 18 obras de arte urbana em reservatórios da Copasa em Divinópolis, Contagem, Araxá, Pouso Alegre, Montes Claros e Coronel Fabriciano. Baseados em sua maioria na estética do muralismo e do grafite, os trabalhos terão a água como norte temático e serão assinados por seis artistas convidados de renome nacional e internacional, selecionados previamente pela curadoria do projeto, e por 12 artistas locais, sendo dois por cidade, que serão escolhidos por editais publicados longo do percurso.

A primeira cidade com edital aberto é Divinópolis, na região Central, que vai selecionar dois artistas locais para trabalharem ao lado da renomada dupla goiana Bicicleta Sem Freio, composta pelos muralistas Douglas de Castro e Renato Reno. O edital está disponível no site da APPA e no Instagram do projeto, e as inscrições podem ser feitas até 6 de outubro. Reconhecida internacionalmente por suas ilustrações e murais que misturam iconografia pop psicodélica e neo-tropicalismo, a dupla pintará, a partir de 28 de outubro, o reservatório de Divinópolis junto aos dois artistas locais selecionados. Os demais artistas nacionais serão revelados aos poucos, nas redes do projeto.

Solenidade

Durante a solenidade de lançamento, o presidente da Copasa, Guilherme Duarte, enalteceu o projeto e ressaltou que a Companhia apoia iniciativas que, além de fomentar a cultura, geram valor para a sociedade, de forma sustentável. “O projeto Arte nas Águas de Minas vai promover uma interação entre a população e os artistas, por meio da arte urbana em nossos reservatórios, mostrando a importância do uso consciente da água e da preservação dos nossos recursos hídricos. Utilizar água de forma consciente ajuda a preservar todas as formas de vida no planeta e garante às gerações futuras o acesso aos recursos naturais”, afirmou.

Também presente no evento, a secretária-adjunta de Comunicação do Governo de Minas Gerais, Bárbara Botega, ressaltou que esse é um projeto que vai ao encontro do que o Estado tem feito para fomentar a cultura e a transversalidade de iniciativas como essa. “Quando a gente pensa em cultura, arte, consciência ambiental, todas essas pautas se conversam em políticas públicas que o Governo de Minas defende e, por meio da lei de incentivo com a Copasa, podemos patrocinar e abraçar esse projeto como um todo”, destacou.

Para Xavier Vieira, presidente da APPA, “Arte nas Águas de Minas” ecoará a consciência pessoal e coletiva a respeito da importância da água como elemento vital. “Vivemos um momento em que a pauta sobre as águas se mostra extremamente urgente para a nossa própria sobrevivência. Este projeto foca em trazer visibilidade para questões que afetam a nossa relação conosco, com o próximo e com todos os outros seres vivos. Portanto, é extremamente relevante para as comunidades onde ele será realizado”, ressaltou.

Diante dos convidados, a coordenadora de projetos da APPA, Ludmilla Ramalho, apresentou a identidade visual do projeto “Arte nas Águas de Minas”. “Tenho 20 anos de gestão e produção cultural, e um projeto como esse me deixa feliz e emocionada. Pensamos em cada detalhe, desde a criação do nome, até na elaboração da logomarca. A logo possui tipografias variadas e simula o movimento de refração da água, através de suas variações”, explicou.

Para finalizar a solenidade, Ramalho citou um trecho do livro “Futuro Ancestral” (2022), do ambientalista, filósofo e líder indígena brasileiro Ailton Krenak, que diz de forma poética e contundente, sobre o quão urgente e desafiador é cuidar das nossas águas. “Vamos escutar a voz dos rios, pois eles falam. Sejamos água, em matéria e espírito, em nossa movência e capacidade de mudar de rumo, ou estaremos perdidos”.

O projeto “Arte nas Águas”, uma realização do Ministério da Cultura, da APPA – Cultura & Patrimônio, patrocinado pela Copasa e viabilizado pelo Governo Federal – União e Reconstrução, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.