Entre outubro de 2024 e março deste ano, iniciativa transformou unidades da Copasa de seis cidades mineiras, somando mais de 2 mil m² de pinturas, realizadas por 18 artistas; projeto, que agora seguirá por outras seis cidades, acaba de ganhar site
Nesta quinta-feira, 20/3, “Arte nas Águas de Minas” celebra a finalização das pinturas em Coronel Fabriciano, cidade que encerra a primeira etapa do projeto. Realizadas na Estação de Tratamento de Água do Sistema Integrado do Vale do Aço (ETA-Siva) da Copasa, no Bairro Amaro Lanari, as obras são assinadas pela artista piauiense Luna Bastos, convidada da curadoria, e pelos artistas locais Thiago Moska, de Ipatinga, e Leonardo “Cisco” Advíncola, de Coronel Fabriciano, selecionados por edital público. A entrega acontece às 11h, em solenidade que contará com a presença dos artistas participantes, de servidores da Copasa, de colaboradores da APPA e da população local.
Realizado pelo Ministério da Cultura e pela APPA – Cultura & Patrimônio, o projeto é patrocinado pela Copasa e viabilizado pelo Governo Federal – União e Reconstrução, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
Arte urbana no Vale do Aço
Convidada da curadoria, Luna Bastos é artista visual, muralista e tatuadora. Nascida em Teresina, no Piauí, ela trabalha com diferentes técnicas e suportes, como pintura, bordado e escultura. A ancestralidade africana é a guia de seu trabalho artístico e aspectos como identidade, representação e memória estão constantemente representadas em suas obras. Luna já participou de exposições coletivas de instituições como o Museu de Arte do Rio, e o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Ela também já participou de festivais de arte na França, Alemanha, Áustria, Inglaterra e Gana.
Um dos selecionados locais, Thiago Moska é artista urbano, muralista, produtor cultural e arte-educador. Residente em Ipatinga, tem 37 anos, é casado e pai de dois filhos. Está há 11 anos no ramo da “spray art” e sua assinatura transita entre a pop art e o realismo. Em suas obras, Moska traz reflexões sobre a preservação do meio ambiente e mensagens positivas que transmitem alegria e “vontade de viver”. O mineiro possui obras em mais de cinco estados brasileiros, além de cidades como Bogotá e Villa Vincense, na Colômbia.
Conhecido como Cisco, Leonardo Advíncola Soares é o outro artista selecionado pelo edital público de Coronel Fabriciano. Natural da cidade, Cisco faz do graffiti sua expressão artística e sua profissão. O mineiro busca desenvolver desenhos exclusivos por onde deixa sua arte, tendo o Vale do Aço como o centro de sua criação. Com mais de 20 anos de trajetória artística, ele utiliza variados suportes, que vão desde os muros até aquarelas e tinta acrílica. Cisco atua também como professor e oficineiro em projetos sociais, ONGs e escolas..
Fim da primeira etapa
Com a entrega das obras Coronel Fabriciano, “Arte nas Águas de Minas” chega ao fim de sua primeira etapa. De outubro de 2024 a março deste ano, o projeto transformou unidades da Copasa de seis cidades mineiras, somando 2.260 m² de pinturas artísticas, realizadas por 18 artistas brasileiros. Foram 12 artistas locais, selecionados por editais públicos, e seis artistas nacionais, convidados pela curadoria de Juliana Flores, da Pública Arte. Todos os trabalhos tiveram como norte temático a água e a conscientização ambiental, mostrando a potência da cultura como ferramenta de transformação social.
Além das intervenções artísticas, que atingiram 35 mil espectadores durante os dias de ateliê aberto, foram ministradas oficinas de arte urbana em cada localidade, totalizando 105 crianças e jovens impactados, entre 9 e 19 anos. O projeto também gerou 272 postos de trabalho diretos e 490 indiretos. “Arte nas Águas de Minas” também contou com ações de acessibilidade em todas as localidades, como visitas guiadas para surdos, intérpretes de Libras e placas de sinalização com audiodescrição, ampliando possibilidades de contato com a arte para todos os públicos.
O projeto começou por Divinópolis, com a dupla goiana Bicicleta Sem Freio, formada por Renato Reno e Douglas de Castro, e os locais Mika Ribeiro e William Ribeiro. Depois, foi a vez de Contagem, com a convidada belo-horizontina Juliana Gontijo e os selecionados Zi Reis e Rafael La Cruz. O projeto seguiu, então, para Araxá, com o convidado paulistano Ramon Martins e os locais Matheus Black e Marlette Menezes. Em Pouso Alegre, a convidada belo-horizontina Fênix dividiu o muro com os selecionados Prado Neto e Tadeo 186. E, em Montes Claros, os trabalhos ficaram por conta do convidado pernambucano Bozó Bacamarte, que dialogou com os selecionados Léo Caxeta e Bela Parada.
Novos rumos, exposição e site
Como um rio que não para de correr, “Arte nas Águas de Minas” agora tomará novos cursos. Entre maio e setembro deste ano, o projeto seguirá por outras seis cidades mineiras, que serão anunciadas em breve. O formato será o mesmo da primeira etapa: um artista nacional convidado da curadoria e dois locais, selecionados por edital, transformarão uma unidade da Copasa com muitas cores, traços e mensagens. Ao fim desta jornada, todos os artistas participantes vão apresentar novos trabalhos em uma grande exposição no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, entre outubro e novembro.
Para marcar este momento de virada, o projeto acaba de lançar seu site oficial: www.artenasaguasdeminas.com.br. Por lá, é possível saber mais sobre os artistas participantes da primeira etapa, conhecer a proposta curatorial, conferir as fotos e os documentários produzidos em cada cidade, além de ter acesso à ficha técnica completa do projeto. Outros conteúdos podem ser encontrados, também, no perfil do projeto no Instagram, @artenasaguasdeminas.
APPA – Cultura & Patrimônio
A APPA – Cultura & Patrimônio é uma associação cultural, sediada em Belo Horizonte, de fins não lucrativos, que tem como principal objetivo a promoção de iniciativas artísticas, culturais e patrimoniais que favoreçam o desenvolvimento socioeconômico. Em mais de 30 anos, a APPA já desenvolveu, gerenciou e executou, com sucesso, mais de 240 projetos, aprovados em diversos mecanismos de financiamento cultural, como leis de incentivo à cultura e fundos culturais, além do gerenciamento e execução de convênios, termos de parceria, contratos de gestão, termos de ajustamento de conduta, patrocínios não incentivados, entre outros.
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