Apenas 8% dos homens traem por insatisfação sexual

APENAS 8% DOS HOMENS TRAEM POR INSATISFAÇÃO SEXUAL, APONTA PESQUISA

Psicóloga mineira analisa dados de levantamento e acende debate sobre os motivos pelos quais os homens são infiéis

O que você diria se soubesse que 80% dos homens traem suas parceiras por insatisfação emocional? E se 88% deles dissessem que a amante não era mais bonita nem mais interessante que sua mulher? Pela primeira vez o homem foi convidado a falar de seus sentimentos, trabalho, vida a dois, filhos, sexo, sedução, amor, traição, amigos e hobbies de uma maneira séria, intensa e verdadeira, por meio de um bate-papo em que não precisava se identificar. Os números são resultado de uma pesquisa realizada com mais de 25 mil homens, via questionário, além de 200 que queriam colaborar com entrevistas no consultório. As informações foram registradas no livro “A Verdade sobre a Traição”, de Dr. Gary Neuman.

Após estudar em profundidade o assunto, e validar as estatísticas apuradas em sua experiência no consultório, a psicóloga Cristina Santos analisa essas condutas. Estudiosa do comportamento masculino, há mais de 15 anos, ela comenta que a declaração que mais chama atenção é a de que alguns homens traíram por se sentirem pouco valorizados ou ‘invisíveis’ diante da parceira.  “O que me intrigou no estudo americano foi identificar o alto índice de traição por descontentamento emocional e não sexual, como muitos podem pensar”, comenta. Os números são: 48% (insatisfação é emocional), 32% (emocional e sexual), 8% (insatisfação é sexual) e 12% (outros). Em resumo, 80% dos homens traem por insatisfação emocional, e apenas 8% por insatisfação sexual.

Cristina diz que os homens também são motivados por emoções e querem um relacionamento estável, e a principal prova da mudança deles é que agora têm menos medo de admitir as emoções. “O levantamento mostra um homem que busca cumplicidade emocional, sintonia com a parceira, que evita uma traição. Mas quando ela acontece, não é, na maioria das vezes, por sexo, mas atrás dessa proximidade que ele não encontra no casamento”, explica.

Então, apesar de elogios serem importantes e motivadores para ambos os sexos, para eles isso se torna ainda mais preponderante. “Elogiar o parceiro faz com que se sinta seguro e, consequentemente, bem ao lado da mulher”. O problema, diz Cristina, é que as mulheres têm receio de expressar esse reconhecimento. “Elas têm medo de elogiar e, assim, ele nunca mudar. No imaginário, elas acreditam que é preciso mudar o homem. Mas se você se apaixona por uma pessoa, gosta dela, porque quer mudá-la? Também acham que ele ficará convencido se elogiá-lo. Isso é um equívoco”, assegura.

Cristina defende que valorizar pequenos gestos e atitudes pode fortalecer a relação. “Reconhecer um convite para um café não é nada de mais. É simples. Mas essa sensação do outro endossar que você é bacana, que você vale a pena, é muito boa. A pessoa não precisa ser tão excelente assim, todos temos defeitos, mas essa sensação de que ele dá conta, de que satisfaz, é importante”, salienta. Falar de seus sentimentos e não jogar a responsabilidade para o outro, também é um ponto que auxilia no entendimento entre o casal. “Ao falar de algo que lhe chateou, fale dos seus sentimentos. Ao invés de dizer ‘você fez isso’, diga ‘me senti triste por causa disso’. Quando você fala a partir de você, não joga a culpa no outro”, elucida.

O assunto traição nos relacionamentos sempre será polêmico. Cada casal tem seu código de conduta e o que é errado para um pode não ser para outro.  O importante é que exista sempre conversa franca com o parceiro, com respeito, olho no olho e dedicação para que a relação se fortaleça diariamente. “Uma traição pode abalar a confiança que a parceira tem nela mesma como mulher, como amante, além de questionar a relação de intimidade construída pelo casal no período em que estão juntos. Por isto os casais precisam avaliar suas atitudes e posturas para serem leais com seus acordos. A deslealdade é pior que a infidelidade”, conclui Cristina.