No próximo dia 5 de setembro de 2024 é comemorado o Dia da Amazônia. Preocupado com a situação alarmante da seca e mudanças climáticas severas, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará atos, ocupações e assembleias em diversas regiões do Brasil. O objetivo é chamar atenção para a necessidade de defender os direitos das comunidades impactadas por barragens e pelo atual modelo econômico que, segundo o movimento, promove a destruição da biodiversidade.
A Defesa Civil tem divulgado alertas de que o Amazonas deve alcançar o ponto mais crítico da seca pelo menos dois meses antes do marco que registrou no ano passado, em 2023, quando atingiu uma marca histórica no estado, na primeira quinzena de outubro.
Este ano a previsão de seca mais intensa deve acontecer mais cedo, ou seja, no final deste mês de agosto. Mais de 250 mil pessoas já foram prejudicadas no Amazonas e pelo menos 20 municípios já declararam estado de emergência. Só para se ter ideia da situação o Rio Negro, em Manaus, na 2ª feira (19/8), atingiu um nível crítico de vazante, com 22,76 metros, conforme relato da Defesa Civil. No Porto de Manaus, só em agosto, o rio caiu 2,42 metros, totalizando uma redução de 4,09 metros desde o início da vazante. O quadro crítico é o mesmo nas bacias do Alto e Médio Solimões e no Médio Amazonas.
Manifestações e alertas
As manifestações do MAB terão como foco, além de fazer alertas sobre esse estado de calamidade, chamar atenção para a implementação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), bem como a criação de um fundo nacional para atender essas comunidades.
A jornada de lutas do MAB se estenderá por diferentes estados, incluindo atos confirmados nas capitais Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA), Porto Velho (RO) e Porto Alegre (RS). Essas ações visam chamar a atenção para a necessidade de uma reparação justa para os atingidos por desastres ambientais, como os crimes cometidos pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton no Rio Doce, e a vulnerabilidade das comunidades frente às mudanças climáticas, exemplificada pelas secas na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul.
Entre as reivindicações, o MAB destaca a necessidade de participação ativa das comunidades atingidas nos processos de reparação e decisão, denunciando a falta de transparência e a exclusão dos atingidos nas negociações, como ocorre no caso do acordo de reparação pelo crime socioambiental no Rio Doce. O movimento também defende a reconstrução digna e segura das áreas devastadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, com foco na modernização dos sistemas anti-enchentes e apoio às populações afetadas.
No Dia da Amazônia, MAB realiza atos em todo o país por direitos e reparação aos atingidos por barragens e mudanças climáticas
Data: 5 de setembro de 2024
Hora: A partir das 9h (variando conforme a cidade)
Locais:
Belo Horizonte (MG): Praça da Liberdade, 10h
Rio de Janeiro (RJ): Local a definir, 14h
Belém (PA): Praça da República, 16h
Porto Velho (RO): Local a definir, 9h
Porto Alegre (RS): Praça da Matriz, 9h
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